Numa das minhas intervenções em directo, ontem na Rádio Hertz, afirmei que a maioria relativa acontecia pela primeira vez em Tomar, desde que há eleições livres. Acrescentei que, caso estivesse enganado, pedia aos ouvintes o favor de me corrigirem. Não se verificou qualquer correcção enquanto durou a emissão, mas já hoje o meu amigo de infância e condiscípulo António Rosa Dias, teve a amabilidade de me refrescar a memória. Realmente menti por evidente falta de memória fiel, pelo que aqui peço desculpa a quem me ouviu.
Na verdade, já houve duas maiorias relativas anteriores no executivo tomarense. Uma foi do PSD, liderada pelo Dr. Jerónimo Graça e incluindo o arquitecto Vitorino, a outra foi do PS, na altura representado pelo independente Dr. Pedro Marques. Em ambos os casos seguiram-se alianças de facto, tipo Bloco Central. O Dr. Jerónimo Graça atribuiu um pelouro a tempo inteiro à sra. Dª Maria Augusta, do PS, e assim conseguiu chegar ao fim do seu mandato. O Dr. Pedro Marques conseguiu o apoio sem contrapartidas do Dr. Bento Baptista e do Dr. Camilo, ambos do PSD.
Nos dois casos, não parece que a experiência tenha sido empolgante. O Dr. Jerónimo Graça não voltou a concorrer, tendo sido substituído pelo Dr. Bento Baptista, que foi vencido por Pedro Marques. O agora ex-independente pelo PS conseguiu maioria absoluta para o seu segundo mandato, tendo todavia as coisas corrido tão mal (para não ser mais explícito), que o Eng. António Paiva ganhou triunfalmente logo a seguir. O resto do filme já é conhecido dos nossos leitores. Será que vamos ter de novo um acordo do tipo Bloco Central ? Parece bastante difícil, mas o vil metal, directa ou indirectamente, consegue mover montanhas.
CONTRA FACTOS OS ARGUMENTOS PESAM POUCO
Os resultados eleitorais terão causado alguma azia a muito boa gente, o que se compreende. Pela minha parte, preocupam-me duas coisas -o futuro da cidade e do concelho e a evolução do PS local. O que segue é mais uma pobre contribuição para o futuro dessas três entidades.
Começo por agradecer a Luís Ferreira a mensagem simpática que teve a amabilidade de me endereçar. Está nos comentários do blogue, à disposição dos leitores. Quanto ao seu ponto de vista, é naturalmente divergente do meu. E nem poderia ser de outra maneira neste caso, pois ele vê as coisas de dentro para fora, e eu exactamente em sentido contrário.
Quando ontem disse -e já hoje escrevi- que nas autárquicas tomarenses perderam todos, parti da afirmação certeira do Dr. Correia Leal, meu estimado companheiro de estúdio na noite de ontem. Disse ele a data altura, e eu tomei boa nota, por me parecer importante: "Se as oposições não ganharam desta vez, com os mesmos dirigentes nunca mais conseguem ganhar."
No caso do PS, que é o que mais me interessa, exclusivamente por razões sentimentais e políticas, tendo conseguido mais um vereador, o que é sempre importante, não me parece que esteja a recuperar. Digo isto porque a candidatura ao executivo obteve menos votos do que a sua homóloga para a Assembleia Municipal em doze freguesias, entre as quais as duas maiores do concelho, S. João e Santa Maria. É um sinal preocupante, que me abstenho de analisar mais detalhadamente, por motivos óbvios. Outro sinal, na minha opinião bastante grave e significativo: Em relação a 2005 e para a Assembleia Municipal, o PS perdeu votos em seis freguesias, entre as quais S. João Batista. Se é a isto que se chama o caminho da recuperação, então já não percebo grande coisa, nem de política nem de português. Ainda assim, insisto na minha. Na política é um pouco como no póquer, na canasta ou no king; quem não sabe porque nunca se quis dar ao trabalho de aprender, o melhor é nem sequer chegar a pegar nas cartas. Evita aborrecimentos, a si próprio e aos outros. Aliás, já o velho cabo de corneteiros do 15 era bem explícito: "Quem sabe, sabe ! Quem não sabe passa a corneta a outro, que eu não tenho que cheguem para todos." Filósofo, este militar !
2 comentários:
Continuamos com o mesmo bobo nesta corte. Continuamos na mesma.
Com este executivo, aceitam-se apostas.
Para mim vamos ter um "Bloco central" (PSD+PS) ou no caso de qualquer incompatibilidade teremos uma aliança PSD+IpT.
Serão atribuídos à oposição pelouros como o da Protecção Civil e Bombeiros com o objectivo de "queimar" os indigitados. Sendo o pelouro da Protecção Civil e Bombeiros o mais difícil, aquele em que, quem por lá passou jamais quererá lá voltar (Exemplo: Carlos Carrão), será este pelouro atribuído a Luís Ferreira ou a Pedro Marques.
Sobre os Bombeiros, recordemos a velha máxima “toda a gente sabe onde fica, toda a gente sabe o que lá se passa, mas ninguém lá quer ir”.
Apesar da atribuição deste pelouro “quente”, estou convencido que quer um quer outro dos que nomeei, farão certamente melhor trabalho que os anteriores, referindo-me aqui concretamente há resolução de problemas concretos nos Bombeiros, onde reinam a anarquia, o livre arbítrio e a incompetência.
Outra aposta que faço é de que Corvêlo de Sousa, não estará à frente da Câmara Municipal mais do que 2 anos, para dar lugar a Carlos Carrão. Só assim, se justifica o recuo nas suas posições de inconformismo por não ter sido o “candidato natural do PSD”.
Meu comentário no Blogue "42mar.blogspot.com" em 13 de Outubro de 2009 11:18h
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