quinta-feira, 15 de outubro de 2009

ANÁLISE DA IMPRENSA LOCAL E REGIONAL

Colaboração PAPELARIA CLIPNETO

O MIRANTE, que é um semanário bastante bem feito, parece ter a orientá-lo alguém com apurado "faro jornalístico". Tendo já intuído que o reinado de Miguel Relvas no distrito pouco mais durará, vá de procurar novos líderes, de preferência jovens. Donde a manchete desta semana, sobre Paulo Fonseca e Fernanda Asseiceira, que é muito parcial. Olvida as vitórias igualmente históricas do PSD em Santarém e em Rio Maior. A de Moita Flores na capital de distrito é histórica pela percentagem conseguida -mais de 65%- numa terra que foi administrada pelo PS durante mais de trinta anos. A de Rio Maior porque conseguiu vencer Silvino Sequeira, um dos dinossáurios do PS. Além desse voluntário apagamento, exaltando a vitória de Ourém, O Mirante aproveita para remexer a faca na ferida dos socialistas tomarenses, que tinham muito mais condições que Paulo Fonseca, mas não quiseram ou não souberam, ou ambas. Na mesma senda anti-nabantina, o referido jornal titula, na página 8, "Cursos esgotados e outros sem procura nos politécnicos da região". Mais adiante, já no corpo da notícia, fica-se a saber que um dos novos cursos do Politécnico de Tomar nem chegará a abrir, por falta de inscrições. O que não surpreende pois, escreve o jornal, "O IPT registou mesmo a mais baixa taxa de colocação de alunos a nível nacional, na primeira fase do concurso..."Vejam lá e vejam bem ! Uma escola superior com tão bons mestres e tão conceituada, e vai-se a ver... Uma gritante injustiça, é o que é ! E uma flagrante falta de respeito pela avó de todas as cidades do distrito, igualmente capital templária. Mas que se lhe há-de fazer ?! Esta juventude que agora temos já não respeita nada nem ninguém !

Muito mais respeitadora do poder aparece esta edição do Templário, que inclui uma longa e bem estruturada entrevista com Miguel Relvas, ocupando duas páginas. Quem ler, ficará a saber, designadamente, que as comunidades intermunicipais são farsas, que vai ter mais tempo para se dedicar à política tomarense, que não contem com ele para truques e que só ficará se for reeleito presidente da assembleia municipal. Por outras palavras, ou pastor do rebanho tomarense, com até agora, ou ala que se faz tarde ! Justificação ? "Candidatei-me a presidente da assembleia municipal", o que é um manifesto abuso de linguagem. Na verdade, como para qualquer outro parlamento, o presidente só é votado posteriormente pelos deputados entretanto eleitos. E o facto de ter sido cabeça de lista não lhe confere qualquer estatuto especial. Os deputados municipais são totalmente livres de escolher por voto maioritário quem muito bem entenderem, independentemente do lugar ocupado na lista partidária, submetida ao sufrágio universal.
Seja-nos permitido acrescentar que, no nosso como sempre tosco entendimento, seria uma desgraça para Tomar a reeleição de Miguel Relvas como presidente. Não porque seja má pessoa, incompetente ou desonesto. Nada disso. Apenas porque, ao longo da sua carreira política local, sempre procurou, de resto com sucesso, armadilhar a Assembleia Municipal, de forma a silenciar a oposição mais incómoda e os munícipes mais corajosos e contestatários. Agora que os tempos são de grave crise local, continuar com tal prática seria contribuir poderosamente para o nosso suicídio como comunidade influente na região. Para pior já basta assim !

De antologia a primeira página do CIDADE DE TOMAR desta semana, conforme se pode ver na fotografia. Desde logo porque a ordenação dos candidatos, em conformidade com a ordem de eleição, não foi aquela, nem lá perto. Depois, porque só o semanário onde o interessado foi sucessivamente jornalista e chefe de redacção, podia ousar publicar o vereador Carlos Carrão em posição presidencial, com um acólito de cada lado. Assim como se fosse um trecho da imagem da Última Ceia. Ora sucede que, segundo a tradicional má-língua tomarense, Carrão só ascenderá a presidente dentro de pelo menos dois anos. Na melhor das hipóteses ! Porque agora com a filiação de Rosário Simões no PSD, a música vai passar a ser outra. Ai vai, vai !!! Ou estaremos enganados, e a tradição já não é o que era ? De qualquer forma, muito prematura a bela fotografia de capa do decano da imprensa tomarense. Pensamos nós, bem entendido.
Ainda em Cidade de Tomar, na penúltima página, uma excelente peça humorística, intitulada "Prémios ou óscares da campanha eleitoral concelhia". Apesar de algumas atribuições serem em segunda mão, ou mesmo sucessivamente recicladas, entendemos que uma boa gargalhada nunca fez mal a ninguém e é coisa demasiado rara por estas bandas, onde a maioria da população faz gala em andar sempre com cara de enterro.
Já agora, a fechar, se assim o julgarem conveniente, registem lá mais esta: Óscar da contradição -Atribuído a Pedro Marques, pelo seu slogan eleitoral "Um presidente à séria", ao qual muitos eleitores responderam -"Está só a brincar com o pessoal !" Ou, como usava dizer o nosso saudoso colega professor Valente -"Brincalhão !"



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