terça-feira, 6 de outubro de 2009

CANDIDATOS VOTOS E RESULTADOS PROVÁVEIS 1

António Rebelo
A poucos dias do escrutínio, passo, como prometido, a explanar o que penso de cada candidato e das suas propostas, em quem votarei e porquê, e qual o mais provável resultado final. Como é evidente, trata-se de meras opiniões pessoais, alicerçadas apenas na experiência de vida, no lido, no ouvido e no relacionado. Faço-o por saber que as minhas posições não têm qualquer influência junto dos eleitores. Se assim não fosse, ficaria mudo e quedo. A seriação dos candidatos é a da ordem alfabética dos partidos ou grupos pelos quais se apresentam.
1 - Bloco de Esquerda -BE - António Godinho
É o único cabeça de lista que desde o início já está praticamente certo de que não será eleito. Limita-se, portanto, a ir semeando propostas, procurando desempenhar o melhor possível o seu papel de animador de campanha eleitoral e de perturbador do eleitorado conservador. A atirar sucessivos calhaus no charco. O programa eleitoral que apresentou, designadamente para a área cultural, é de tal forma amplo e ambicioso que provavelmente nem sequer o conseguiria implementar se, por um de todo improvável bambúrrio, lhe viessem a facultar os consideráveis créditos necessários. Mas a ideia também não é essa. Tudo indica que se trata apenas de apresentar uma panóplia tão variada quanto possível de propostas, exclusivamente com o propósito de reivindicar o pioneirismo, quando alguma for posta em prática. Como aconteceu com os TUT e o Parque de Campismo, por exemplo.
Procurando, na modesta medida das minhas possibilidades, recompensar os seus generosos e sinceros esforços em prol da modernidade e na defesa do ambiente, vou votar nele.
2 - Centro Democrático Social - CDS/PP - Ivo Santos
Jovem, optimista, corajoso, convivial, empreendedor, mais amigo de fazer que de dizer. Soube apresentar ideias arejadas e motivadoras. Tem feito uma excelente campanha e foi o único, pelo menos até agora, a conseguir trazer a Tomar o líder do partido pelo qual concorre, o que me parece de assinalar, por tudo o que implica. Infelizmente, cometeu alguns erros elementares, nitidamente por falta de "calo". Decidiu-se e dissidiu tarde demais, manteve o lugar de vereador e foi na cantiga de alguns na questão do trânsito na Corredoura, uma ideia lamentável. Apesar de tudo, tendo em conta a natureza profunda do eleitorado local, bem como a tendência a nível nacional, poderá vir a surpreender, conseguindo dois lugares, o que seria excelente, mas particularmente perigoso para ele. Viria a ser a mais óbvia muleta do PSD, em caso de vitória deste, prejudicando assim de forma prematura as suas fortes hipóteses em 2o13. De qualquer modo, candeia que vai à frente alumia duas vezes, pelo que pode igualmente contar com o meu voto.
3 - Coligação Democrática Unitária - CDU - Bruno Graça
Até esta data, sem dúvida o melhor programa apresentado, como instrumento de ataque decidido à crise local, mesmo se largamente lacunar e com propostas pouco habituais na CDU. A revelar que "para grandes males, grandes remédios". Igualmente o candidato politicamente mais sólido e mais credível, com obra feita e apreciada por todos. Todavia, a evidente falta de implantação local da força pela qual concorre, bem como os receios que a mesma desencadeia, dificilmente permitirão que consiga sequer vir a ser eleito. Dois eleitos seriam um êxitpo estrondoso e um sinal de que algo estaria a mudar em Tomar. Para melhor. É, quanto a mim, o típico caso de uma candidatura com ideias frescas e operativas, mas sem eleitorado. Dou-lhe o meu voto, por concordar em absoluto com vários do princípios apresentados.

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