sábado, 31 de outubro de 2009
UM GRAVE EMBUSTE NA AUTARQUIA
TOMAR CIDADE DE TURISMO
ESTOU PASMADO ! ! !

Estou mesmo pasmado ! Numa terra com duas rádios locais, dois jornais locais, dois jornais regionais, jornalistas profissionais, amadores e outros, partidos e grupos de oposição; numa terra onde fomos vários a clamar que havia necessidade de uma auditoria isenta à autarquia; numa terra, enfim, onde tudo acaba por se saber; decorreu uma auditoria financeira ao município de Tomar, por funcionários da Inspecção Geral de Finanças, entre Janeiro e Abril deste ano, E NINGUÉM PIOU !
Vejam lá e vejam bem ! Sabido como é que sem boa informação não há cidadãos civicamente empenhados, ninguém ousou quebrar o silêncio numa matéria tão importante. Porque terá sido ? Receio ? Desinteresse ? Compromissos assumidos ? Receio de perturbar os eleitores antes de duas consultas importantes ?
O certo é que só agora, passadas as eleições e celebrados os convénios tidos por convenientes, houve conhecimento do relatório final da referida auditoria, com data de 23 de Outubro. Há coisas que, mesmo acontecendo por mero acaso, aparecem só nas datas mais propícias.
Dirão os habituais cépticos, cínicos e hipócritas, que souberam do assunto desde o início, mas nada disseram, porque afinal os auditores não encontraram nada de anormal nas finanças autárquicas. Pois não ! Que ideia !
Entre os vários quesitos enviados à autarquia para o exercício do contraditório, por agora reproduzimos apenas este: "VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO ORÇAMENTAL EM SENTIDO SUBSTANCIAL." Acham pouco ? Os outros "gatos" detectados, que são mais de uma dúzia, já vêm a caminho. Estejam atentos aos próximos escritos.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
O ACTUAL QUIPROQUÓ TOMARENSE
TOMAR CIDADE DE TURISMO
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
ANÁLISE DA IMPRENSA LOCAL E REGIONAL
Acabadas as campanhas eleitorais e contados os votos, restava esta semana aos jornais noticiar as tomadas de posse. O que foi feito por todos eles. "PS e PSD juntos na Câmara de Tomar", escreve O TEMPLÁRIO, acrescentando "Vereadores socialistas a tempo inteiro". CIDADE DE TOMAR preferiu ficar-se pelo clássico e cauteloso "Tomada de posse do executivo da câmara e da assembleia municipal". Até parece, com tal fraseado, que se trata de dois executivos. Mas "vai tudo dar ao mesmo", não é verdade ? O mesmo semanário, que faz manchete com a "Estação Rodoviária do Tejo, em Tomar Encerrada ao domingo e sem número de telefone" (como se o referido equipamento fosse da Rodoviária do Tejo, quando na verdade é municipal), inclui igualmente uma página completa com "As nossas propostas e sugestões - Ao novo executivo da câmara". São nada mais nada menos que quinze temas diferentes.TOMAR CIDADE DE TURISMO
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
PSD/TOMAR: COMEÇOU A CONTENDA
GUARDANAPOS DIGITAIS - ÚLTIMO (por agora !)
Pareceu útil acrescentar mais algumas infografias, com o fim de melhor fundamentar e documentar as afirmações feitas anteriormente. Em vez de progredir na sua forçada jornada rumo ao futuro, Tomar regride. Encolhe um pouco mais em cada dia que passa. Os dois quadros acima não permitem dúvidas. Estamos no grupo dos concelhos que têm vindo a perder população proveniente das migrações internas. Pouco a pouco, vamos perdendo a nossa tradicional marca de terra de acolhimento para novos residentes. Em relação a 2001, estamos até na posição pouco invejável de concelho com o maior decréscimo percentual. Repare-se que até 2001 o saldo migratório ainda era largamente positivo, enquanto que em 2008, já negativo, só foi ultrapassado por Coruche e Abrantes, municípios cuja principal característica não é propriamente o dinamismo económico, por isso já em posição netgativa em 2001.
Além do problema dos novos residentes, este quadro documenta uma debandada da população de todas as categorias, naturalmente em busca de melhores condições de vida. Particularmente doloroso para os que gostam de Tomar é o facto de concelhos com muito menos recursos que o nosso, conseguirem ainda assim melhores (ou menos maus) resultados. É o caso de Chamusca, Sardoal, Ferreira do Zêzere, Golegã e Constância. Porque será ?
Um último quadro, ainda mais triste e angustiante. Somos os primeiros no distrito, em termos de debandada da população jovem, o que quer dizer apenas isto -não há concelho mais repelente que o nosso, na área da migração interna de jovens. Dado que qualquer comunidade com poucos jovens não tem futuro... cabe aos nossos "novos" autarcas delinear tácticas e estratégias tendentes a inverter este tão trágico estado de coisas.Não basta, de certeza, vir com proclamações ocas, afirmando que doravante o turismo vai ser a grande aposta. Numa terra praticamente sem empreendedores, nessa ou noutras áreas, terá de ser o município a fazer tudo ou quase tudo, pelo menos no início. A começar por um projecto devidamente estruturado e com pernas para andar, agora e nos próximos anos, naturalmente elaborado em função da cidade e do concelho que somos. De pouco adiantará recorrer a gabinetes ou empresas "especializados" em fabricar relatórios com títulos mais ou menos pomposos, que na realidade são meras reproduções do mesmo original, ao qual foram mudadas apenas as designações geográficas. Outro tanto se poderá dizer de dois reputados especialistas a nível nacional, cujos múltiplos relatórios, lautamente pagos, nunca pariram qualquer criação que se visse. O que não é de admirar -ainda está por determinar em que escola é que realmente se especializaram em elaboração e implementação de projectos de desenvolvimento local, regional, ou nacional, de turismo. Por razões óbvias não se mencionam nomes, mas a ANMP e os municípios algarvios conhecem-nos bem.
GUARDANAPOS DIGITAIS - 2
Pouco habituado a uma informação isenta e rigorosa, algum do parco pessoal que ainda nos lê terá duvidado do que ontem aqui foi apresentado. Para obstar, tanto quanto possível, a que o mesmo suceda hoje, talvez seja melhor relembrar a triste experiência de Galileu. O eminente sábio teve sérios problemas com a inquisição, apenas porque afirmou, muito antes de tempo, que a Terra girava à volta do Sol. Coisa que hoje em dia toda a gente aceita. Pois foi obrigado a dizer o contrário daquilo que pensava, tendo-se vingado com o célebre "e no entanto gira !"
Dito isto, o que agora se vai tentar demonstrar é a relação entre a economia, a população, a megalomania pródiga de alguns autarcas e os fundos comunitários. A infografia acima é parte da ficha sobre Tomar do Instituto Nacional de Estatística - INE, e de uma previsão feita para o Governo Civil de Santarém. Ambas entidades oficiais, insuspeitas de parcialidade. Que vemos nós na ficha ? 1 - A população concelhia aumentou 2.251 habitantes, entre 1970 e 1981; 2 - Diminuiu cerca de 2.000 habitantes, entre 1981 e 1991; 3 - Estabilizou nos dez anos seguintes; 4 - Voltou a diminuir fortemente a partir de 2001, tendência que se vai acentuar fortemente até 2030. Podemos mesmo observar, do lado direito do quadro intermédio, que até 1981 Tomar estava na média do distrito (5.54/5.79), enquanto que para o período a partir de 2001 se prevê forte discrepância (-18,39 no concelho, -4,73 no distrito). Quer isto dizer, no nosso tosco entendimento, que desde 2001 algo começou a estar muito mal nesta velha casa do Gualdim. O que terá sido ?
Esta outra ilustração dá-nos a evolução das receitas dos municípios do distrito entre 1997 e Dezembro de 2006. Nela consta (sublinhada por nós) uma referência exclamativa para Tomar. O que significa que até os técnicos levaram as mãos à cabeça. Logo mais abaixo, na infografia, está a explicação para o espanto dos especialistas -no citado período, as receitas do município tomarense cresceram 236,84 %. De longe o maior crescimento do distrito e mais do dobro do da maior parte dos municípios. Terá sido perante isto que alguns alcunharam logo António Paiva "um dos melhores presidentes de câmara do país". A ignorância é quase sempre atrevida !Falta acrescentar e as suas dívidas, em simultâneo com preços, taxas diversas, e licenças a preços proibitivos para os respectivos munícipes.
Se dúvidas houvesse, aqui está a prova provada de que assim aconteceu e continua a acontecer. Impotentes perante um poder local manifestamente cego em relação à realidade social envolvente e obstinado na sua implícita megalomania pródiga. Cansados de financiar obras espampanantes mas manifestamente supérfluas ou não prioritárias, em todo o caso sem retornos transaccionáveis, os habitantes optam pelo mais simples -votam com os pés, em demanda de paragens mais clementes em termos económicos. Resultado: Ostentamos um honroso primeiro lugar distrital em termos de Saldo Populacional Natural. O que significa não só que somos cada vez menos, mas igualmente que somos cada vez mais velhos. E como a terceira idade não se reproduz, por razões óbvias, um dia deixará de haver tomarenses ou população permanente numa ex-cidade chamada Tomar. O Mundo será então melhor e com pessoas mais inteligentes ?terça-feira, 27 de outubro de 2009
GUARDANAPOS DIGITAIS - 1
O PÚBLICO de hoje ocupa toda a sua página 24 com uma fotografia, a infografia acima e um texto assinado por Jorge Talixa sobre a previsível evolução negativa da população do distrito de Santarém. É o costume, na maior parte dos casos, em Portugal -duas ou três "pinceladas", uma foto em grande, um gráfico, e está feito. O jornalista julga ter cumprido a sua tarefa, o jornal julga ter cumprido a sua missão, e os leitores julgam ter sido informados. Procurando remediar, tanto quanto possível a situação, resolveu-se recorrer à mesma fonte -o Governo Civil de Santarém- tentando ir um pouco mais além.
No caso do nossos distrito, fomos em busca de mais elementos e conseguimos encontrar. Na infografia acima, vemos que, já em 2006, no primeiro ano do mandato que agora terminou, no auge portanto da gestão de António Paiva, "um dos melhores presidentes de câmara do país", segundo Miguel Relvas, o município de Tomar estava muito bem situado entre os caloteiros da região. Ocupava o quinto lugar no campeonato das dívidas por liquidar a terceiros não financeiros, com 7 milhões 495 mil euros. É certo que sempre havia quatro piores. Porém, se por um lado, Santarém tem uma vez e meia a população de Tomar, e quase o dobro das freguesias (28 contra 16), por outro lado, não deixa de ser verdade que com o mal dos outros passamos nós muito bem, salvo em termos de solidariedade verbal.
No outro campeonato inter-autarquias -o dos empréstimos bancários- estávamos até em muito melhor posição, ocupando o terceiro lugar, com 21 milhões 890 mil euros, quase a par de Abrantes, com 22.192.ooo€ e de Santarém, com 23.791.000€. Fazendo as tais contas de merceeiro, tínhamos então, em Dezembro de 2006, os seguintes totais em dívida: Santarém 53 milhões e 71 mil euros; Abrantes 27 milhões, quatrocentos e oitenta e seis mil euros; Tomar 29 milhões, 385 mil euros. Os malandros dos autores das infografias ! Sempre a tentar prejudicar a terra nabantina ! Afinal, já em 2006, Tomar não era nada terceira na tabela das dívidas. Era segunda. E logo atrás da capital de distrito, que tem muito mais população ! Nada mau !O PROBLEMA DAS COLIGAÇÕES
O DEVER DE INTERVIR E DE INCOMODAR


Há dois anos, obteve grande sucesso (nove edições em poucos meses) um pequeno livro de Medina Carreira e Ricardo Costa, intitulado O DEVER DA VERDADE (Medina Carreira e Ricardo Costa, O dever da verdade, Editora D. Quixote, Setembro 2007, 135 páginas, 13,95€). Logo na apresentação, Manuela Ferreira Leite (Exactamente ! A actual presidente do PSD) previne os leitores: "Não nos devemos deixar iludir pelo tom aparentemente desiludido que o Dr. Medina Carreira costuma utilizar nas suas exposições. De facto, o seu olhar atento e o permanente impulso para intervir, corporizados neste livro, mostram à evidência que continua a acreditar na possibilidade de um futuro melhor, sem o que há muito já teria desistido. ... ... O facto de não se dar por vencido é a melhor prova de que não se conforma com o que vê, porque acredita que é possível fazer melhor. Este livro é uma lição para os que, embora reconhecendo os erros cometidos, e as dificuldades que se prevêem, não querem desistir do futuro do país."
Numa terra praticamente com a corda ao pescoço, tanto na economia como no resto, que bom seria se, pelo menos, os eleitos urbanos cá da Nabância tivessem a pachorra e a capacidade necessárias para ler e entender estes dois livros. E agir em consequência, claro ! Reconhecer a ignorância e aceitar ouvir os outros, é o primeiro passo para ir aprendendo qualquer coisinha...
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
UMA CERIMÓNIA FORMATADA À ANTIGA
Perante uma assistência de cerca de cem munícipes, tomaram posse esta tarde, no salão nobre dos Paços do Concelho, os candidatos eleitos para o executivo e para a Assembleia Municipal. Logo a seguir, teve lugar a eleição da mesa do parlamento local. Apresentaram-se duas listas, uma PSD/PS, com Miguel Relvas (presidente), Fernando de Jesus e José Pereira; outra dos IpT, com Jorge Neves em primeiro lugar. A lista de Miguel Relvas obteve 25 votos, contra 8 para a de Jorge Neves, e 3 votos brancos. Seguiram-se as intervenções de Corvêlo de Sousa e de Miguel Relvas.
Toda a cerimónia foi de uma monotonia e de um convencionalismo como já não se usam em lado nenhum. Não houve um rasgo de imaginação, nem sequer nos dois discursos, totalmente previsíveis, com as tradicionais generosas generalidades, desta vez, ao que nos pareceu, demasiado genéricas. O formato escolhido, ou apenas consentido, revelou-se manifestamente pífio. Em pleno século XXI, na Europa ocidental, e tendo em linha de conta os costumes e as várias leis sobre a protecção de dados pessoais, bem como o respeito pela vida privada, a longa série nome, idade, profissão, morada, número do documento de identificação, de cada eleito, arrastou- nos para a primeira metade do século XX e para os regimes policiais. Haverá certamente quem disso se não tenha dado conta, por estar sempre conformado com as normas do rebanho. Mas é uma coisa ridícula tornar públicos elementos de índole privada, que podem até vir a tornar-se perigosos, sem contudo adiantarem o que quer que seja para a regularidade do acto. Sobretudo numa terra pequena como a nossa, onde todos se conhecem. A haver uma hipotética tentativa de troca de identidade, logo se daria por isso.
Se alguma vez ingleses, americanos ou australianos tentassem copiar este triste formato, estavam bem arranjados - em nenhum destes países existe bilhete de identidade, ou coisa parecida. A não ser o passaporte, por razões óbvias. Mais uma prova de que por estas bandas adoramos a política manuelina e as minhoquices só para mobilar. É o tal problema luso -enquanto os ingleses e outros anglo-saxónicos não se cansam de proclamar que "time is money", nós por cá gostamos mais de dizer que "o tempo dá-o Deus Nosso Senhor de borla. E paga-o o Estado."
Com semelhante mentalidade, havemos de ir longe, havemos !!!
O MONTE FUJI E O MONTE DE FUGIR
domingo, 25 de outubro de 2009
SOCIALISTAS REFÉNS DO PSD LOCAL
AS DECLARAÇÕES E OS FACTOS
sábado, 24 de outubro de 2009
UM SENHOR INCÓMODO
UM SENHOR INCÓMODO é o título de uma longa entrevista de Medina Carreira, hoje publicada na Revista Única do EXPRESSO. Agora com 78 anos, o ministro das finanças de Mário Soares, no 1º governo constitucional, já não tem necessidade de praticar a autocensura, uma arte em que os portugueses são exímios. Por nos parecer de grande interesse, tendo em conta a presente situação nacional e tomarense, transcrevemos a seguir as passagens por nós consideradas mais significativas. Omitimos as perguntas, sempre que supérfluas para o cabal entendimento das respostas."Move-me o facto de ser cidadão de um país pobre, pouco educado, sem a percepção disso, e que não sai da cepa torta. Por ser assim, escolhe dirigentes que não são os mais aconselháveis para o ajudar a saír do lodo em que está metido."
"Têm medo de si ? Não é de mim, é dos números. Mexer em números, com rigor, dá trabalho. Os políticos e a gente que se serve disto usam o país como uma mangedoura."
"Revoltado estou agora com o que se passa. As nossas escolas são fábricas de analfabetos. No meu tempo, os alunos com a 4ª classe davam menos erros do que alguns ministros agora. A escola, hoje, é mais uma das falsificações do regime. O ensino é uma farsa para apresentar estatísticas. ... ... Os professores têm de ser avaliados para se saber se sabem do que ensinam. Salazar liquidou duas gerações e a democracia está a liquidar quatro. ... ... Os analfabetos que dirigiram a Educação depois da revolução é que foram os culpados."
"Ainda é amigo de Mário Soares ? Trabalhei muito com ele. Para Mário Soares, uma pessoa que sabe fazer contas de somar, é esquisito. Gosto muito dele. É um homem a quem Portugal deve muito, sobretudo naquele período agitado dos anos 70. ...É um homem notável. E, como todos os homens notáveis, tem alguns defeitos notáveis. ...É um homem que despreza as realidades económicas. Um defeito enorme para um político dos nossos tempos. Acha que os números são coisas para merceeiros."
"O socialismo e a social-democracia são hoje fraudes completas. O Louçã é um social-democrata armado em revolucionário, o Jerónimo disfarça um pouco, Sócrates, Ferreira Leite e Paulo Portas são todos sociais-democratas. Mas, simplesmente, não há social-democracia sem dinheiro." ...
"Nunca me assumi como treinador, nem sequer de bancada. Aquilo que quero é tentar levar as pessoas a perceber os caminhos que trilham, fazer um pouco de pedagogia. Fazê-las entender que estão a ser burladas. O país não pode continuar a ser dirigido por trafulhas."
"...Precisávamos em Belém de meio Cavaco e meio Soares. Uma mistura dos dois bichos. ... ...A ponderação, o rigor, o conhecimento dos problemas de economia e finanças de Cavaco. E o golpe de asa, a capacidade de intervir com oportunidade, de Soares. Era o Presidente ideal. ...Não ! Manuel Alegre não serve para Presidente da República. Se o país quer acelerar o seu trambolhão, então é pôr o Alegre em Belém e o Louçã em S. Bento. Em seis meses, o país encontrava-se com a sua verdade."... ...
"...O que me entristece é ter-se tranformado o 25 de Abril nesta piolheira política."
"O que saiu das eleições de 27 de Setembro não permite fazer um governo capaz. A situação financeira é muito complexa, o desemprego é enorme e o endividamento é extremo. Perante este cenário, qualquer pessoa com juízo não está para ser ministro. É de presumir que se escolha gente que ainda não viu em que situação o país está."
"Não temos dinheiro para sermos benfeitores à custa do dinheiro alheio. Isto vai acabar entre 2015 e 2020. Desde 2000 que a economia estagnou. As despesas sociais cresceram três vezes mais que a economia. Se não invertermos esta tendência, isto acaba mal." ... ...
"A escola inclusiva é uma vigarice. Põem lá a tropa toda. Como todos somos diferentes, há uns que querem estudar e outros não. Há uns que são capazes e outros não. Quem não aprende não faz sentido lá estar. ... ...A falha de Salazar não foi na qualidade, foi na quantidade. Agora a falha é na qualidade. ...Não é mantê-los lá a dar coices que se nivelam. ... Isto de todos serem iguais é uma trafulhice." ...
O que pensa do novo treinador, Jorge de Jesus ? Se é verdade o que vocês jornalistas andam a dizer, parece que ele é um homem que põe aquela tropa a trabalhar. E eu aprecio sempre quem põe o pessoal a trabalhar."
"Detesto fantochadas. ...Quando aparece o Sócrates na televisão eu mudo de canal. Para espectáculo, vou ao circo."
"A ladroagem em Portugal atinge hoje uma dimensão que não tinha há vinte anos."
Depois não venham lastimar-se, alegando que ninguém se deu ao trabalho de vos avisar...
EUFORIA NAS HOSTES DO PSD E DO PS
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
PSD/PS: ACORDO DE MANCEBIA POLÍTICA
Em conformidade com o aqui noticiado anteriormente, (ler "PS e PSD dialogantes, mas..." e "Relvas:reeleição garantida", de 21 do corrente) Luís Vicente e Hugo Cristóvão, presidentes respectivamente do PSD e do PS, anunciaram e assinaram, hoje ao final da tarde, no Hotel dos Templários, um acordo de mútua colaboração política, tendo em vista a estabilidade do poder autárquico durante os próximos quatro anos. Assistiram ao acto solene, além da comunicação social, todos os nele envolvidos como eleitos (executivo e assembleia), bem como a deputada Anabela Freitas, substituta de Jorge Lacão, entretanto indigitado ministro das relações com o parlamento. As duas intervenções de ocasião pouco ou nada trouxeram de novo, como era expectável. Respondendo depois às perguntas dos jornalistas, foi dito que caberá ao presidente eleito, após tomar posse na próxima segunda-feira, a partir das 17 horas, nos Paços do Concelho, indicar quais ou pelouros e outras funções que irão desempenhar os novos eleitos de ambos os partidos. Apenas Hugo Cristóvão foi um pouco mais além, admitindo que a reeleição de Miguel Relvas está assegurada, confirmando assim o que aqui foi escrito em 21 do corrente (ver mais acima).Assinale-se igualmente que, apesar de Hugo Cristóvão ter falado de "posição inovadora", referindo-se ao protocolo acabado de firmar, tal não parece ser o caso. Luís Bonet sempre colaborou com a maioria autártica enquanto foi vereador, outro tanto tendo feito Maria Augusta Dias Costa, na presidência de Jerónimo Graça.
UTILIDADES E FUTILIDADES EM TOMAR
Pois a nossa Câmara parece trabalhar na mesma onda. A União Europeia não se cansa de recomendar o uso de lâmpadas de baixo consumo. Até já proibiu a venda de lâmpadas incandescentes, dado o seu fraco rendimento em relação ao consumo. Implementou igualmente a designação "lumen" como referência para capacidade efectiva de iluminação, em vez do usual "watt", que é uma unidade de potência eléctrica e não de luminescência. Alheia a tudo isto, a autarquia nabantina decidiu continuar a dar uso às centenas e centenas de metros de gambiarra, comprados para abrilhantar a Festa dos Tabuleiros. Num país pobre, com elevado défice orçamental e costumeiro importador de energia eléctrica, uma autarquia de um concelho em manifesta decadência, para mais atascada em dívidas, resolve mandar instalar centenas e centenas de lâmpadas incandescentes, acesas toda a noite. Com que fim ? Desobedecer deliberadamente à norma europeia, que proíbe tais lâmpadas ? Fazer pouco dos pobres ? Mostrar que a normal iluminação urbana (os BIPs) não é suficiente ?
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
REVISTA DA IMPRENSA LOCAL E REGIONAL

ABUNDÂNCIA NO NABÂNTIA
Usando uma linguagem a um tempo acerada e acelerada, Nabântia analisa com muita pertinência, parece-nos, o resultado eleitoral de cada uma das listas concorrentes ao município tomarense. Genericamente, estamos de acordo com todas elas, excepto com a referente ao PS, se calhar por questões que têm mais a ver com o coração que com a razão. E daí, vá-se lá saber ! Em todo o caso, isso é certo, nada de pessoal ou de espírito de retaliação. Antes o desejo franco de contribuir para evitar futuros naufrágios do mesmo tipo.
O problema fundamental com a lista socialista foi o mesmo que com todas as outras dotadas de real base eleitoral -a manifesta inadequação às circunstâncias difíceis em que estamos mergulhados, quer assim queiramos ou não. Como é geralmente sabido, em tudo na vida e sobretudo na política, o que conta não é só o homem, o candidato, mas ele e a sua circunstância. Quando não há adequação entre os dois, o eleitorado nota instintivamente a incoerência e tende a afastar-se com pezinhos de lã. Numa analogia imagética, para facilitar. Todos estamos habituados à normalidade, a uma determinada normalidade. Em relação a tudo o que nos rodeia. Assim, se em plena canícula nos surge alguém envergando um pesado sobretudo, estranhamos logo e apodamos o original de pelo menos extravagante. Na mesma linha, quando nos dias frios de inverno topamos com respeitáveis cidadãos usando camisas de manga curta, murmuramos imediatamente, para com os nossos botões -estes turistas nórdicos...
Foi um pouco essa anormalidade que ocorreu nas margens do Nabão. O eleitorado, preocupado com o manifesto declínio da sua adorada terra, teve o reflexo usual em tais circunstâncias -prudência e poupança e conservadorismo. Pareceu-lhe algo despropositado as diferentes candidaturas proporem obras e mais obras, realizações mais realizações, sem todavia nunca referirem onde iriam buscar os recursos para as edificarem e, sobretudo, para as manterem em funcionamento. Baralhado, absteve-se ou votou nos do costume. Porque assim como assim, antes os já conhecidos. Os que estão são o que são. Os outros, Deus sabe !
No caso preciso do PS, pode dizer-se que José Vitorino foi humilde, trabalhador e abnegado durante meses, o que de pouco ou nada lhe valeu. O essencial era ter percebido, na devida altura, que as circunstâncias não estariam com ele nos momentos cruciais. E isso ele não intuiu, apesar de lhe ter sido dito e repetido a tempo e a horas. Conseguiu apenas mais 600 votos que Carlos Silva em 2005, o que é manifestamente parco, quando se tem em linha de conta que o agora ex-vereador foi adversário de António Paiva e José Vitorino de Corvêlo de Sousa. Isto para já não abordar a questão sempre delicada do estatuto pessoal de cada um dos derrotados socialistas. E depois persiste sem explicação aquela diferença para menos de 260 votos em relação à Assembleia Municipal, que deve ter qualquer significado.
Em resumo e para não alongar demasiado, o tempo e a circunstância, tanto de Vitorino como dos outros candidatos, salvo quiçá uma ou outra excepção, já foram. Agora restar-lhes-á, em futuras consultas eleitorais, dar a vez aos seguintes. Regra geral, o povo detesta reposições com o mesmo actor e o mesmo cenário. Até Mário Soares, um dos pais do regime em que estamos, já passou por essa amarga experiência.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
PSD E PS DIALOGANTES, MAS...
Conforme já foi amplamente noticiado, tomam posse na próxima segunda-feira os eleitos para o novo mandato do executivo autárquico, bem como os membros do parlamento local. Tal como em relação à Assembleia Municipal (ver escrito anterior), tudo parece bem encaminhado para um entendimento entre o PSD e o PS, no sentido de garantir estabilidade para os próximos quatro anos. Em declarações à Rádio Hertz, o presidente da Comissão Política do PS nabantino, Hugo Cristóvão, manifestou disposição para conversar com os sociais-democratas e avançou até alguns parâmetros. Falou em implementar algumas das ideias socialistas, de partilha de poder e, concomitantemente, da divisão de lugares. Instado a mencionar as eventuais preferências em termos de lugares, referiu ser extemporâneo abordar tal assunto. Acrescentou que cabe ao PSD tomar a iniciativa do diálogo, uma vez que ganhou as recentes eleições.RELVAS: REELEIÇÃO GARANTIDA
Salvo reviravolta de última hora, (coisa sempre provável em política), Miguel Relvas será reeleito presidente da Assembleia Municipal na próxima segunda-feira...se entretanto o PSD chegar a acordo com o PS, que pretende pelo menos um lugar na mesa. Tomar a dianteira sabe que os socialistas estão abertos ao diálogo, o qual inclui naturalmente o parlamento local. Além disso, Jorge Neves não consegue reunir um consenso mínimo, designadamente porque continua inscrito no PSD, apesar de se ter candidatado contra o partido. Quanto ao PS, para lá da citada abertura ao diálogo, Hugo Cristóvão não tem tempo nem apetência pelo lugar de presidente. Nestas condições...Miguel Relvas já pode ir dormindo mais descansado que a eleição, pelo menos para já, está praticamente garantida, por falta de adversários à altura.
